Obrigada
19º CapituloTocou para entrarmos. Fui para a sala e Julia estava sentada no lugar de Anders que por sua vez estava no da irmã. Ricky e Liam estavam nos seus lugares.
-Oi Liza – disse Anders sorrindo.
-Olá.
-O que se passa entre ti e a minha irmã?
-Nada – reparei que ele ia falar outra vez e adiantei-me – Não me apetece falar Anders.
-Está bem, não insisto.
A Prof. chegou.
-Bom dia meninos!
-Bom dia – respondemos em uníssono.
***
Ao almoço:
-Eu sei que não queres falar, mas…
-Eu beijei o Ricky.
-Tu o quê?
-Por favor, não fiques chateado comigo. Eu preciso de amigos, não de inimigos.
-Gostas dele?
-Não.
-Então porque o fizes-te?
-Não sei.
-Ok, mas o que é que a minha irmã tem a ver com isso?
-É complicado.
***
As aulas acabaram e fomos para casa. Hoje era sexta-feira. No carro, o único que falou foi Anders. Chegámos a casa e cada um foi para o seu quarto. Jonh ainda não tinha chegado. Deitei-me na minha cama e comecei a pensar nos meus pais, amanhã seria o funeral deles. Não cheguei a jantar, o que me fez acordar a meio da noite para comer. Depois de ter comido fui para o meu quarto e acordei ás 8 da manhã. Saí de casa ás 8:30.
Cheguei a uma floresta que era perto da minha casa e que se seguia com um rio. Segui-o e ao fim deste havia uma cascata que acabava com um lago. Saltei pela cascata abaixo de acordo com a minha vontade, cheguei ao lago sem nenhum dano. Comecei a nadar até me cansar, aquilo sabia tão bem, lembrava-me a floresta onde tinha estado no meu sonho. Sentei-me á margem do lago, á espera que as minhas roupas secassem, passado algum tempo decidi ir embora. Levantei-me e quando me virei…
-Olá – disse Liam.
-Olá. Tu por aqui?
-Sim – sorriu – Gosto de vir aqui para pôr as ideias em ordem.
-Esta é a primeira vez que aqui venho e ajudou-me a pensar.
-Posso saber no que estavas a pensar?
-…Nos meus pais…no funeral deles…
Fez-se silêncio…
-Eu…não quero ir…
-Vais se quiseres, mas é estranho.
-Tudo o que é estranho tem a ver comigo – Rimos – Sou uma cobarde!
-Não, não és.
-Sou sim! Tenho medo de os enfrentar, tenho medo de os ver a serem enterrados, tenho medo de ver aquelas pessoas todas…Tenho medo…
-É normal, aconteceu-me o mesmo com os meus pais.
-Enganas-te, tu não matas-te os teus pais e não foste o único sobrevivente de um acidente fatal.
-Mesmo assim. Devias ir, ao menos para lhes pedir desculpa, para dizer o quanto gostas deles e que lamentas. Eles vão estar sempre contigo, eles vão continuar a gostar de ti e tu deles. Eles gostariam que tu fosses.
Não consegui conter as lágrimas e chorei. Liam abraçou-me. Depois de algum tempo abraçados, fomos nos afastando. Ficámos a olhar um para o outro, ele acariciou-me a face, a sua mão estava fria, mas eu gostava e beijou-me. Deixei-me levar pelo beijo, era frio mas foi-se tornando quente. Explorou todos os cantos da minha boca e eu fiz o mesmo. Não queria que aquilo acabasse, mas acabou.
-Obrigada – agradeci – Ajudas-me sempre – Levantei-me e ele faz o mesmo.
-De nada.
-Bom, agora tenho que me preparar para dizer adeus aos meus pais.
-Está bem.
-Encontramo-nos lá – Beijei-o na face e fui-me embora.
20º CapituloCheguei a casa e encontrei Jonh, Anders e Julia preparados. Não lhes disse nada e fui tomar banho, vesti-me e fomos para o funeral. Chegámos lá e não havia muita gente.
-Vens? – Perguntou Anders.
-Eu já vou.
-Ok – saíram os três do carro. Fiquei ali até que me lembrei do que o Liam disse e saí.
Todos os que estavam ali presentes, olharam-me e depois vieram abraçar-me o que me deu vontade de chorar. Da minha escola, estavam a minha professora, o Liam e uma rapariga e um homem que estavam com ele, o Ricky e a Jen com os seus pais.
-Elizabeth, minha querida – Olhei para trás e vi a minha antiga vizinha.
-Sra. Flinn – Abracei-a – Que bom vê-la.
-Trata-me por Anna, querida – Fez uma pausa - Nunca mais tive notícias tuas, pensei que se tinham mudado até que vi o jornal e lamento muito, ninguém merece passar por isto.
-Obrigada. Tê-la aqui ajuda muito – Deitei uma lágrima.
-Lamento muito Elizabeth – disse uma rapariga – Sou a irmã do Liam e podes contar comigo apesar de não nos conhecer-mos.
-Obrigada – Abraçámo-nos, a pele dela também era fria. Até nas piores ocasiões reparo em coisas inúteis – pensei.
-Está na hora – disse Jonh.
-Queridos irmãos… - Começou o padre.
Deitámos as flores, não parei de chorar um só minuto. Foi tão difícil vê-los a serem enterrados. Quando acabou fiquei ali um bocado e as pessoas foram-se embora.
-Des…cul…pem-me – disse entre lágrimas, olhando para a campa dos meus pais – A culpa foi toda minha. Eu só quero que saibam que eu amo-vos, muito – Pus a flor que tinha na mão, ao lado das outras. Levantei-me e fui até ao carro. Estavam todos á mina espera.
-Obrigado por terem vindo – disse – Significa muito para mim.
Entrei no carro e fomos para casa. Corri para o meu quarto, tranquei a porta e chorei.
No dia seguinte…
-Liza! Acorda! – Era Julia, não respondi – nós vamos para a escola, vens?
Passado algum tempo deixou de bater á porta. Sentei-me na cama e comecei a lembrar-me do meu primeiro mês de aulas. Ouvi a porta de baixo a bater, fui tomar banho e depois vesti-me. Saí de casa, não tinha vontade nenhuma para comer. Fui para a escola a pé.
No caminho para a escola…
Um carro parou á minha frente. Era Liam.
-Queres boleia?
-Não me importava – sorri. Ele abriu-me a porta do carro e entrei, depois fez o mesmo e fomos para a escola.
-Já estás melhor?
-Sim, um bocado. Ontem quando me apresentas-te a tua irmã e ela abraçou-me, vocês têm a pele muito fria. Isso é genético?
-Ah...Deve ter sido impressão tua.
-Não, não foi.
-Antes de virmos para aqui, vivíamos numa região muito fria e a nossa pele habituou-se.
-Ok. Ela não é nada parecida contigo.
-Pois não, queres ouvir música?
-Sim pode ser.
Ficámos calados até chegarmos á escola. Fomos para a aula e Julia olhou-nos. O dia passou muito rápido, e a Julia não me falou.
(Toque de saída)
-Liza, será que pudemos falar? – Perguntou-me Julia.
-Sim, pode ser – Fomos para o pátio.
-Desculpa-me Julia, eu não tinha em mente gostar do Liam e eu prefiro ser tua amiga, eu vou esquecê-lo prometo.
-Eu é que o tenho de esquecer. Quando vos vi a entrarem na sala pensei: Uau! Eles ficam tão bem juntos, foram feitos um para o outro.
-A sério?
-Sim, deu para ver que ele gosta muito de ti. Aliás, ele nunca me deu muita atenção e eu só o acho giro e simpático, nunca cheguei a gostar mesmo dele.
-Então? Podemos voltar a ser amigas?
-Não, mas podemos ser melhores amigas, aceitas?
-Claro que aceito! – Abraçámo-nos.
-Olá – olhámos para trás em simultâneo e era a Jen.
-Olá – dissemos.
-Voltaram a ser amigas?
-Sim – respondemos.
-Também posso?
-Hã?
-Eu fui uma estúpida, um rapaz não se pode meter entre nós.
-Concordo! – Disse Julia.
Abraçámo-nos.
-O que te fez mudar de ideia?
-Tinha saudades.
-E?
-O Ricky veio falar comigo e disse que gostava de mim e PEDIU-ME EM NAMORO.
-AHHHHH! Aceitas-te?
-Claro que sim.
-Pelos vistos ele seguiu o meu conselho.
-Foste tu? – Perguntou-me Jen.
-Ele só precisava de um empurrãozinho, vocês sabem como são os homens…
-Pois.
-E se fossemos comemorar no shopping? – Perguntou Jen.
-Isso nem se pergunta! – Respondemos.
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